A prótese mais comum é a dentária. Assim o protético ortopédico deve deixar bem claro que não é um protético dentário. Portanto Edelstein, Joan E. ( 1993 - 465/466 ) relata que o conceito da substituição de um membro perdido é muito antigo. As próteses como o galho em forquilha usado na sustentação de um membro amputado abaixo do joelho ) eram conhecidas na antigüidade.
O Historiador romano Heródoto escreveu em 484 a.C. sobre um homem persa que escapou das algemas de ferro que prendiam sua perna cortando fora seu pé, e substituindo-o por um pé de madeira. A mais antiga prótese a sobreviver até os tempos modernos foi uma perna de cobre e madeira, datando do terceiro século a. C. . O Talmund, antedatando o sexto século, contém referências a uma " perna de pau " acolchoada. As próteses de membro inferior e superior existem desde a antiguidade, possivelmente desde a pré-história. Da época do renascimento já há exemplos de próteses sofisticadas, especialmente do ponto de vista estético. A funcionalidade das próteses anteriores ao século XX sempre foi bastante limitada pela falta de materiais específicos, conhecimentos de fisioterapia indispensáveis a uma boa protetização e, principalmente, pelo estágio rudimentar da medicina, como o desconhecimento da assepsia e antibióticos, provocando a morte da maior parte dos candidatos à amputação. Foi apenas no século XIX ( 1800 ) que se passou a utilizar o torniquete de forma sistemática; antes de 1600 não se conhecia nem o enfaixamento do coto para estancar o sangramento, sendo usados métodos rudimentares, como cauterização e esmagamento. Após duas guerras mundiais, havia um grande contigente de amputados que necessitava ser protetizado. Na época da primeira guerra , já existem próteses com articulações de joelho, porém seu custo era elevado: os componentes tinham de ser confeccionados individualmente em aço. Assim, ficava restrito ao uso de pernas de madeira, ou de alumínio, para o público em geral. De lá para cá, a técnica ortopédica evoluiu muito e desenvolveram-se componentes pré-fabricados e padronizados, possibilitando, em larga escala, uma reabilitação funcional e o fisioterapeuta deve estar familiarizado com suas características bem como sua manutenção. Objetivo da Protetização é reabilitar o paciente para uma vida normal e integra-lo à sociedade, permitido a sua locomoção através da prótese inserindo um maior grau de função nas suas atividades de vida diária e profissionais recaindo em uma melhor qualidade de vida.
Considerações ao optar pelo tipo de prótese.
1 - O tipo de amputação: Para cada tipo de amputação temos um modelo de prótese, seja modular ou convencional e de acordo com o nível da amputação temos materiais que melhor se adaptam ou que a tornariam mais leve.
2 - As condições do coto: O fisioterapeuta deve se preocupar com as condições do coto para que não ocorra fatores que possam interferir na protetização do encaixe do coto com a prótese que são as setes:
- a) Aderência cicatricial: A aderência limita a mobilidade do coto, podendo gerar um quadro álgico importante o que vai gerar a não transferência de peso para a prótese causando uma claudicação e marcha irregular.
- b) Orelha de cão: A orelha de cão é quando após uma amputação observamos na extremidade lateral e medial do coto de amputação uma quantidade de tecido adiposo similar a uma orelha de cão e que pode vir a ser um fator de interferência na protetização por dificultar a acomodação do coto ao encaixe da prótese.
- c) Infecção: A infecção deve ser acompanhada com muita atenção pois a sua evolução poderá acarretar em nova cirurgia de amputação ou ainda prolongará muito mais o tempo de adaptação à prótese.
- d) As sensações de membro fantasma e dor fantasma: São sentidas por quase todos os amputados, exceto os congênitos algum tempo após a protetização.
- e) Neuroma: A formação de um neuroma no coto de amputação em sua extremidade acarretará em " choques " em sua extremidade ao realizar a percussão pelo fisioterapeuta pode ser um fator interferência durante a adaptação com a prótese.
- a) Idade: A idade é um fator que de deve ser observado com muita atenção, pois não devemos ignorar a capacidade do idoso, porém devemos respeitar seus limites e sua vontade. O paciente jovem terá com certeza um maior desenvolvimento de suas habilidades motoras, cinestesicas e proprioceptivas permitindo uma rápida e eficaz protetização.
- b) peso: Qualquer aumento ou redução de peso poderá afetar a adaptação a prótese, portanto o paciente deve ser orientado a manter um peso ideal evitando assim complicação com a prótese.
- c) Nível de atividade: O tratamento fisioterápico para protetização e o tipo de prótese dependerá do nível de atividade física, pois se estamos com um paciente desempenha alguma atividade desportiva consequentemente seu programa de tratamento fisioterápico será elaborado com atividades dinâmicas e voltado para prática desportiva desejada e os componentes de sua prótese serão dinâmicos para conseguirmos maior desempenho e performance. Caso seja uma paciente sedentário utilizaremos o tratamento fisioterápico voltado para as suas necessidades básicas e uma prótese capaz de atender suas expectativas. A Expectativa do Paciente em Relação à Prótese É fundamental procurarmos saber do paciente qual a sua expectativa em relação a prótese pois cada paciente possui uma idéia em relação a utilização da prótese, alguns pacientes querem voltar a trabalhar, outros correr, praticar esportes, e outros mais limitados apenas querem deambular dentro de casa ou ir até a esquina realizar compras básicas ir na padaria, praça, açougue e outros. Tipos de Próteses Existem basicamento dois tipos de grupos de próteses
- Próteses convencionais: São feitas em resina ou com componentes em plástico e madeira. São indicadas para todos os níveis de amputação com exceção da desarticulação de joelho. Trata-se de um sistema robusto, utilizado principalmente quando situações adversas como determinadas atividades ou hábitos do paciente, condições geográficas, etc, não permitem o uso de próteses mais sofisticadas, segundo a experiência do autor deste artigo em nosso ambulatório não utilizamos próteses convencionais acima do joelho devido seu peso excessivo acarretando dificuldades graves na deambulação ocorrendo em desistencia de utilização pelo paciente, o que dificilmente ocorre nas próteses modulares.
- Próteses modulares: Também chamada de prótese endoesqueletica com revestimento cosmético em espuma, este sistema foi lançado em 1969, pela OTTO BOCK, sendo desde então constantemente aperfeiçoado, podem ser utilizadas em todos os níveis de amputação de membro inferior, são constituidas por vários módulos ajustáveis e intercambiáveis entre si, mais leves e estétivas por serem revestidas de espuma cosmética, seus componentes podem ser em aço, titâneo ( um metal extremamente leve e resistente ), alumínio e fibra de carbono. essas próteses oferecem ampla linha de opções para uma protetização eficaz. Sistemas de Encaixe Os encaixes das próteses evoluíram muito nos últimos anos. As resinas substituíram muito nos últimos anos. As resinas substituíram os encaixes de madeira e, mais recentemente, os materiais termoplásticos estão substituindo as resinas.
- a) Quadrilátero: É o tipo de encaixe mais antigo em utilização no mercado foram desenvolvidos nos Estados Unidos na década de 40, a partir de modelos europeus, onde a pressão maior é exercida no isquio, apoiado no bordo posterior . É feita compressão em áreas funcionais, favorecendo atrofia; a medida médio-lateral é mais larga, ocasionando deslocamento lateral do fêmur; a marcha é feita com inclinação lateral de tronco. Nos pacientes que usam o encaixe pela primeira vez, o apoio isquiático pode se apresentar doloroso, já que a descarga de peso é feita quase totalmente naquela região.
- b) Contenção Isquiática: É o tipo de encaixe mais recente utilizado com maior frequência em pacientes jovem e praticam atividade desportiva ou que são bastante dinamicos, Surgiram na década de 80 e apesar de largamente aplicados são bastantes recentes. A distribuição de peso é sobre todo o coto, principalmente sobre o ramal do ísquio. Há maior controle dos músculos funcionais e maior estabilidade da estrutura óssea e da adução natural do fêmur; os músculos funcionais ficam liberados, limitando a atrofia. Encaixe Para Amputação Abaixo do Joelho:
- KBM ( Kondylen Bettung Munster, significa em alemão, acomodação dos côndilos de Munster ): É o encaixe mais utilizado, a prótese com descarga no tendão patelar e sustentação por envolvimento do côndilo tibial medial e inserção de uma cunha podendo ser utilizado também em cotos curtos.
- PTB ( Patellar Tendon Bearing, isto é, com descarga no tendão patelar ). A descarga é feita em baixo da rótula mediante uma saliência no encaixe que comprime a região e sobre a qual se projeta parte do peso. O modelo original, da década de 50, era sustentado por uma correia, passando acima do joelho. Atualmente o termo é usado para qualquer prótese com descarga no tendão patelar, independente do modo de sustentação.
- PTS ( Protése Tibiale Supracondilienne, em Francês, Prótese tibial supracondiliana ) Prótese com descarga no tendão patelar e suspensão por envolvimento dos côndilos ( saliências da cabeça do osso ) lateral e medial da tíbia e da patela. Tipos de joelhos
- A) Joelhos Convencionais: Existem vários tipos de articularções de joelho, temos o mais usado: JUPA ( Jurgen Paul da OTTO BOCK ) com freio a carga; joelho com trava; o joelho com mola de extensão e o joelho geriátrico.
- B) Joelhos Modulares : Existem muitas opções de articulações de joelho, desde com trava até com regulador hidráulico. Segundo o autor do artigo o mais utilizado em nosso dia a dia e o 3R15 que freia com a carga do paciente evitando assim quedas e permitindo maior segurança sendo utilizado em pacientes pouco ativos. Tipos de pés protéticos Pé SACH ( Solid Ankle Cushioned Heel ) Tornozelo rígido e calcanhar estofado, é indicado para todos os tipos de próteses em especial para próteses abaixo do joelho. Pé dinâmico O pé dinâmico é indicado para todas as próteses, especialmente abaixo do joelho, a principal diferença do pé dinâmico em relação aos outros pés sem articulação é a sua capacidade de deformação elástica. Ela é responsável pelas seguintes caracteristicas, entre outras: bom amortecimento através do calcanhar, comportamento dinâmico durante a fase de apoio, passagem dinâmica entre a fase de apoio e a fase de balanço, compensação e absorção de irregularidades do solo entre outros. Pé articulado É indicado para todos os tipos de próteses, em especial para desarticulações de joelho, amputações acima do joelho e desarticulação de quadril. Pé Dynamic pro ( 1D 20 ) É indicado para todas proteses modulares especialmente para pacientes muito ativos, pois possue elasticidade graduada, compressão axial elástica, absorção de irregularidades do solo acúmulo e devolução de energia atravésdo ante-pé. Pé OTTO BOCK ACTIVE LINE ( 1C30 ) É indicado para todas as próteses modulares especialmente para pacientes ativos e que praticam esportes, são fabricados de acordo com os dados do paciente de forma individualizada, possui elasticidade e conforto durante a marcha normal, grande força de reação durante a marcha rápida e a corrida, peso reduzido com alta estabilidade. Pé Greissinger É indicado para todas as próteses modulares, com exceção de próteses curtas abaixo do joelho, possibilitam movimentos em todas as direções. Pé Multiaxial Este pé permite movimentos em todas as direções alem de possuir as características do pé dinâmico, possui ótimo amortecimento através do calcanhar elástico e da articulação, rápido contado do ante-pé através da flexão plantar, maior segurança do joelho devido a limitação da flexão dorsal e a elásticidade do ante-pé, gerando um momento de força contrário entre outras.
por:Antonio Vital Sampol fonte: http://suzanaf.sites.uol.com.br/jan2000/proteses.htm
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